domingo, 24 de outubro de 2010

Rascunhos de uma vida


No fim das contas, o que realmente fazemos aqui neste mundo? Pelo que levantamos e caminhamos todo dia? Pela vida? O que é realmente vida?

Todo dia acordo e penso em apenas uma coisa: esperança. Será ela que salvará minha existência. Tenho saudade de algo que ainda nem vivi eis o mal da imaginação. Falta em mim à calma e a paciência. Sobram em mim o amor e a dor.

A dor se tornou parte do meu ser, afinal somos humanos. Aprender com as decepções é parte de algo muito maior. É uma parte do processo de amadurecimento. Amadurecer já se tornou comum na vida de quem sonha. Passamos a crer que podemos conquistar o infinito, mais o infinito será suficiente para quem sonha?

Quando caminhar já se tornou comum devemos aprender a voar, pois com asas ninguém, nem mesmo o vento poderá nos parar. E quando voar não for mais suficiente sonhe, pois não existem limites além da linha da imaginação. Queria escrever sobre o que é viver, mais viver ultrapassa qualquer forma de expressão.

Durante nossa vida iremos sofrer como jamais imaginamos um exemplo: confiança. Em quem realmente podemos confiar? Todos temos o direito de errar mais até que ponto temos a capacidade de perdoar? Se trair a confiança de alguém, cuidado! Pode ser a última vez, pois um dia crescemos e de tanto cair aprendemos a voar!

Voar! Para bem longe de tudo! Sonho? Queria olhar o que há além da linha do horizonte e sentir o vento bater um meu corpo. Queria sorrir com a tristeza e chorar de alegria. E que em minhas lágrimas o mundo veja o que é real. Sou sentimento, não razão. Sou razão, não sentimento. Sou razão e sentimento jogados ao vento.

No amor senti o mais belo e o mais feio. Escolhi o certo, pois não tinha mais forças para cair e sorrir como se estivesse tudo bem. Nada está bem, pois até o momento que conquistamos o que é realmente nosso vivemos em vão o sonho de outro.

Erre bastante para poder dizer que viveu, pois errar também faz parte da vida. O que senti naquele momento era errado o suficiente para ser perfeito, mais era irreal. Pois real para mim é impossível. Prefiro viver de sonho, pois é nele que eu encontro forças para continuar vivendo.

Será que um dia eu encontrarei a verdadeira essência do que eu sou, e com ela poderei viver em paz? Rabisquei as folhas secas que constituem o livro de minha vida e ao reler encontrei uma forma estranha. Mudanças e antíteses latentes formam em conjunto o mesmo ser.

Nossa vida gira como um carrossel e os rostos de quem estão ao nosso lado nunca se fixam, mais podemos ouvir o barulho do motor que em nossa cabeça lembra que o tempo está acabando. Estaremos preparados para o fim? Ou lembraremos nossa infância e como crianças lutaremos contra uma força maior que nunca venceremos.

A água da chuva é como a vida que nasce limpa, cresce suja e morre unida a quem está ao redor. E quando entendermos a força que nos faz girar teremos força para mudar? Não... Vestiremos nossa melhor máscara e fecharemos os olhos para o diferente.

Senti meus olhos fechando e como criança lutei! Mais para que lutar? Se tudo em nossa vida vai girar e os desencontros mudaram o que somos. Faz sentido? Viver e morrer? Sorrir e chorar? Mudar? Novamente meus olhos fecham mais não luto... Já não faz mais nenhum sentido, nada faz nenhum sentido pra mim. E o não fazer já faz tanto sentido que tudo toma novas formas.

Vou parar de me preocupar e sentir o que a vida tem para dar, vou gritar e vou mostrar o verdadeiro rosto e pensamento em todo momento. Vou escrever sobre a vida, mesmo que minha mente esteja sozinha. Vou rascunhar sobre a felicidade e nela morrer sem falsidade. Se pensar é viver vou viver pra pensar!